não houvera amado nunca outro homem como amara aquele!

- O Luciano... porque a deixara ele? Que história tê-lo-ia obrigado a abandonar o seu amor? Diziam-no leviano... volúvel... talvez o tivesse sido. Que seria agora?

Voltaria casado? Pensaria ainda alguma vez nos tempos idos, quando se correspondiam e se encontravam em casa do tio Gustavo, no Engenho Velho? Ele teria ainda na memória o beijo que lhe furtara, na face, timidamente, no dia dos anos dela? Teria sabido do seu casamento? Desconfiaria que ele se havia realizado por despeito? Dezenove anos tinham decorrido depois de tudo isso! Parecia-lhe impossível! Dezenove anos já! A verdade, porém, é que a memória do Luciano estava, havia muito, apagada no seu coração, e agora uma simples notícia, lacônica e murcha, ressuscitava-lhe na alma a saudade de todo aquele romance passado. O Luciano já lhe não saía do pensamento: era alto... magro, tinha o cabelo ligeiramente ondeado e os olhos grandes, negros, um pouco melancólicos talvez, em todo o caso formosos.

E ficou ainda por alguns minutos a pensar nas coisas que lera ou julgara ler nesses formosos olhos lânguidos e pretos.

Em que consistira a sua vida depois dessa encantadora leitura? Arranjos de casa... idas à modista... passeios inúteis pela rua do Ouvidor.... estudos de música