o dono da casa, fincando o cotovelo na mesa e erguendo até a altura da calva a mão gorda e curta, em que luzia um enorme brilhante.

- Eu, já agora hei de morrer solteiro, disse Luciano pausadamente. Conheci por alguns anos a vida de família, fui tão feliz quanto podia ser nas condições em que me achava, e isso bastou-me.

- Alguma ligação.

- Sim. Uma rapariga por quem me apaixonei... vivemos quatro anos juntos. Hei de ter sempre saudades desse tempo... ela era linda e era um anjo!

- Um anjo com asas para fugir depois de quatro anos de ventura, não é assim?

- Não.

- Foi você que a deixou ?

- Morreu.

- Ah!...

Houve um instante de silêncio. O Rosas prosseguiu:

- Sabe que eu estava mal com o Simões?

- Não... por quê?

- Negócios.

- Ouvi dizer que ele era um homem mau.

- Não era tal.

- Por mim não sei nada. Eu mal o conheci.

- Ele era um pouco irascível e muito extremado nas suas opiniões mas era o que se pode