E depois, nós nunca nos esquecemos, não e assim?

- Eu por mim... - Ernestina não teve coragem de concluir A mentira não lhe saiu da garganta. Luciano aproximou para bem perto da dela a sua cadeira, tomou a mão da viúva e beijou-a demoradamente na palma, nos dedos, nas unhas.

- Que mãos bonitas!... - Como eu adoro estas mãozinhas!... Ernestina sorriu; ele continuou a falar amorosamente, e pediu-lhe que tirasse o luto. Queria vê-la de branco, como uma noiva, e de cores claras e cantantes.

- É preciso esperar...

- Dê-me esta prova de amor, tire o luto!...

- É cedo... tenho medo...

- Medo de quê? De que os outros reparem?!

- Medo de...

- De quem?!

- De minha filha...

- Oh!

Ernestina corou, arrependida de ter dito aquilo. Ficaram alguns segundos calados e imóveis; de repente a moça, resvalando o olhar pelas paredes, pareceu-lhe distinguir o corpo da Simplícia, mal oculto por um reposteiro; levantou-se de chofre e atravessou a sala. Luciano seguia-lhe os movimentos com estranheza.

- Que tem? Que é isso?!

Mas a viúva chamava para dentro, afastando rapidamente o reposteiro; já não havia nem a