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Introducção

ellas recolhidas aos armazens do exercito, como trastes já sem uso, symbolos mudos, que já nada diziam aos corações. A força desfilou pelas ruas, sem que sobre as baionetas rutilantes ao sol fluctuasse o velho symbolo da Patria. Têm o seu destino as bandeiras: pela manhã, o exercito lhes fazia continencias; á tarde, eram largadas, talvez, a um canto escuso do quartel. Hontem, palladio sacrosanto do patriotismo, a que foram feitos os juramentos mais solemnes; hoje, pedaço de panno, que o soldado teve de abandonar e de esquecer.

No mesmo dia, foram içadas novas bandeiras. Eram de listras horizontaes verdes e amarellas, tendo a um canto vinte e uma estrellas de prata em campo azul. Essas primeiras e ephemeras bandeiras desappareceram, dahi a cinco dias, quando o Diario Official publicou o decreto n. 4, de 19 de novembro[1], conferindo ao Brasil nova bandeira e novas armas[2].

Não agradou a todos esse decreto. O sr. Raymundo Teixeira Mendes, em defesa delle, publicou, no Diario Official de 24 de novembro, um escripto[3], a que chamou Apreciação Phi-


  1. Annexo n. 1.
  2. Em Lisbôa, dous officiaes da marinha brasileira, ignorando a mudança, arvoraram, a bordo do Alagôas, a bandeira das listras, que já não era a da nova Republica, no dia 8 de dezembro; era, comtudo, a bandeira á qual, na occasião, deviam a mesma fidelidade que haviam jurado á antiga.
  3. Annexo n. 2.