a campanha de canudos
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As ordens a que esse telegramma allude relacionavam-se com a marcha da força, que o Governador punha á disposição do juiz de direito, confiando em que este combinaria com o tenente Pires Ferreira o melhor meio de repellir a gente do Conselheiro.

E, effectivamente, entro os dois ficou assentado — que convi­nha sahir ao encontro dos bandidos, afim de evitar que elles inva­dissem a cidade.

Algumas pessoas, no entanto, se insurgiram contra a deliberação assim tomada; e dentre ellas o coronel João Evangelista, que ao proprio commandante da força fez ver — que era verda­deira aventura arriscal-a numa luta inquestionavelmente temerária, á vista da desegualdade de condições em que as duas partes contendoras se encontrariam.

Repellidas — em definitiva — as observações por osse modo externadas, e acceito — como ficara — o alvedrio de ir atacar o Conselheiro no ponto mesmo onde elle então se achava, de caminho para o Joaseiro conforme se dizia, não quiz o já citado coronel se recusar ao serviço, que delle exigiam, em nome do Governo e da paz publica. Forneceu, portanto, a cavalhada e os guias de que o tenente Pires Ferreira carecia para realisar o seu plano de ataque.

E, a 12 de novembro, a força — assim preparada — partiu do Joaseiro. Sem que, durante todo o percurso de 192 kilometros que fez, houvesse encontrado o menor obstáculo à sua viagem, no dia 19 acampou ella no arraial de Uàuà, que fica distante de Canudos 114 kilometros approximadamente.

Na manhã de 21, os sequazes do Conselheiro, em numero de 130, mais ou menos, acommetteram de surpreza esse destacamento. Travou-se um vigoroso combate, em que morreram — da tropa do Governo — 1 official e 10 praças, fóra mais de 20 que sahiram feridas; tendo os jagunços perdido tambem cerca de 100 homens. O tenente retrocedeu, declarando — que si dispozesse de um reforço de 100 soldados teria marchado sobre Canudos.

Antes de se retirar, comtudo, a força puzera fogo ao arraial, o que não se compadece aliás com a razão e a justiça. Porquanto,