46
a campanha de canudos

Se comprehenderá meihormente este asserto, cotejando aquelle telegramma com oatros passados em data anterior pelo referido major.

Assim ó que, em 27 de novembro, dizia ello ao chefe de policia:

« Aguardo ordens. Officiaes e praças estado aes correctissimos. Bandidos engrossam Canudos. Creio debellal-os definiti­vamente. Está na minha honra de soldado. »

E não foi isto só. No dia seguinte, o commandante da expe­dição se exprimia deste modo:

« Aqui boatos desencontrados sem positividade vandalismo bandidos. Pessoa hontem chegada de Triumpho informa Conse­lheiro ter mandado guarnecer todas estradas Canudos evitar fuga parte sua gente, executando alguns pretendiam. Creio haver panico covil perverso. Ancioso entrar operações defini­tivas Canudos. Telegrapho ao general urgência vinda força para exito completo. »

Ainda, a 7 de dezembro, o major Febronio dirigia ao commandante do districto o telegramma abaixo:

« Boatos Conselheiro inseguros, devido ignorancia transmis­sores. Creio poder atacar Canudos com vantagem, fazendo baixar força, e dispôr numero formar columnas de ataque e assalto que pretendo. Bastarão de 500 a 400 e poucos homens. Dizem haver grosso bandidos fóra 3 leguas receber força. Melhor. Urge operações sejam definitivas. Em tempo communicarei plano, obedecendo condições topographicas. »

Ora, não se concilia o desejo, assim manifestado, de entrar em operações definitivas para débellar os bandidos, nem tão pouco a presumpção de reinar entre elles o panico, nem finalmente o pensamento do ser aquelle passo imposto pela honra militar, com a declaração, que sete dias depois attribuiu-se ao major Febronio — de não poder marchar, por carência de viveres e agua.

Sobreleva não esquecer — que o commandante da expedição, que a 7 de dezembro acreditava poder atacar Canudos com vantagem, depois, a 14, ainda considerava uma imprudência regressar a Queimadas, quando o que urgia era avançar sobre Canudos.