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a campanha de canudos

Quando chegou a Queimadas, onde me achava, o alludido coronel, já tinha eu feito seguir para Monte Sancto algumas mu­nições de bocca, que havia comprado, e todas de guerra que en­contrei em Queimadas; e logo depois da chegada delle àquella villa começou-se a fazer o movimento das forças, que em breves dias terminou com a facilidado e ordem que soube imprimir ao serviço o notável militar. »[1]

Não convém, todavia, alterar a narração chronologica dos acontecimentos.

Assim, pois, antes de tudo — registrarei que o coronel Moreira Cesar aportou á Bahia na tarde de 6 de fevereiro de 1897, a bordo do paquete nacional Maranhão ; sendo recebido por todas as autoridades militares e pelo official de gabinete do governador.

Ao desembarcar no arsenal de marinha, o commandante da 3ª expedição foi saudado pela multidão, que ahi o aguardava afim de dar-lhe as boas vindas, e manifestar-lhe a confiança que o seu nome inspirava. Depois de ter agradecido os comprimentos, com que tanto o penhoravam, seguiu para o palacio da Victoria ò coronel Moreira Cesar, no intuito de visitar o governador, com o qual conferenciou por muitas horas.

Sufficientemente informado da situação, tendo além disto ouvido as seguranças do grande interesse, que o governador ligava á prompta solução do caso, e convencido do auxilio incondicional que, por parte do Estado, lhe seria prestado, o coronel Moreira Cesar se retirou de palacio plenamente satisfeito, e, o que mais é, disposto a se transportar sem detença para Canudos, onde es­perava infligir tremenda e exemplar derrota aos jagunços.

Com o coronel, entretanto, haviam partido o 7° batalhão de infantaria, contando 10 officiaes e 460 soldados, debaixo do commando do major Raphael Augusto da Cunha Mattos. Tinham vindo tambem a artilharia e a cavailaria da divisão, constando—

aquella— de uma bateria do 2° regimento, com 59 praças, commandadas por um capitão, um 1° tenente e dous 2os tenentes; e

  1. Relatorio do Dr. Felix Gaspar, apresentado ao governador em março de 1897.