A CIDADE E AS SERRAS

de Paris, derramavam através do mundo a sedução de Paris.

Em fila começámos a subir para a Serra. A tarde adoçava o seu esplendor de Estio. Uma aragem trazia, como ofertados, perfumes das flores silvestres. As ramagens moviam, com um aceno de doce acolhimento, as suas folhas vivas e reluzentes. Toda a passarinhada cantava, num alvoroço de alegria e de louvor. As águas correntes, saltantes, luzidias, despediam um brilho mais vivo, numa pressa mais animada. Vidraças distantes de casas amáveis flamejavam com um fulgor de ouro. A Serra toda se ofertava, na sua beleza eterna e verdadeira. E, sempre adiante da nossa fila, pôr entre a verdura, flutuava no ar a bandeira branca, que o Jacintinho não largava, de dentro do seu cesto, com a haste bem segura na mão. Era a bandeira do Castelo, afirmara ele.

E na verdade me parecia que, por aqueles caminhos, através da natureza campestre e mansa — o meu Príncipe, atrigueirado nas soalheiras e nos ventos da Serra, a minha prima Joaninha, tão doce e risonha Mãe, os dois primeiros representantes da sua abençoada tribo, e eu — tão longe de amarguradas ilusões e de falsas delícias, trilhando um solo eterno, e de eterna solidez, com a alma contente, e Deus contente de nós, serenamente e seguramente subíamos — para o Castelo do Grã-Ventura!

 
FIM
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