A ESCRAVA ISAURA
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procures enganar-me. Nada lhe disseste a meo respeito?

— Nada.

— Juras?

— Juro, — balbuciou Isaura.

— Ah! Isaura, Isaura!... tem cuidado. Se até aqui tenho soffrido com paciencia as tuas repulsas e desdens, não estou disposto a supportar, que em minha casa, e quasi em minha presença, estejas a escutar galanteios, de quem quer que seja, e muito menos revelar o que aqui se passa. Se não queres o meo amor, evita ao menos de incorrer no meo odio.

— Perdão, senhor, que culpa tenho eu de andarem a perseguir-me?

— Tens alguma razão; estou vendo, que me verei forçado a desterrar-te desta casa, e a esconder-te em algum canto, onde não sejas tão vista e cobiçada...

— Para que, senhor.....

— Basta; não te posso ouvir agora, Isaura. Não convem que nos encontrem aqui conversando a sós. Em outra occasião te escutarei. — E’ preciso estorvar, que aquelle estonteado vá intrigar-me com Malvina, — murmurava Leoncio retirando-se. — Ah! cão! maldita a hora, em que te trouxe a minha casa!

— Permitta Deos que tal occasião nunca che-