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A ESCRAVIDÃO

Porém, no raciocinio que acabamos de fórmular, admittimos a possibilidade de cultivar por brancos livres e a existencia de um numero de trabalhadores livres sufficiente para que a concurrencia pódesse fazer baixar a taxa dos salarios á um preço que se approximasse do custo do trabalho escravo; óra, isto só se pôde esperar de uma emancipação gradual que conserve nas colonias uma massa de homens mais acclimados que os brancos que para ahi fossem da Europa. N'este caso, os colonos não póderiam soffrer perdas sensiveis senão durante o tempo da transfórmaçáo.

N. do A.

C.

Prohibição do trafico nas colonias inglezas.

VEJA-SE PAG. 57.

Muitas das colonias inglezas da America Septentrional teem prohibido a importação d'escravos, ha já alguns annos. Não será esse o unico exemplo de humanidade e de razão que ellas darão á Europa, si suas prevenções em favor da constituição e dos principios politicos da Inglaterra, si os preconceitos mercantis, si o furor pelo papel moeda e a agiotagem dos titulos bancarios, si o espirito aristocratico, não conseguirem destruir os sentimentos de amor da paz, de respeito pela humanidade, de tolerancia e de zelo pela manutenção da egualdade que parecem caracterisar esse bom povo.

N. do A.

D.

Anedocta sobre os mulatos da Jamaica.

VEJA-SE PAG. 58.

Ha já algum tempo que os habitantes de Jamaica reuniram-se em assembléa afim de resolver sobre a sôrte dos mulatos, e decidir si, attendendo-se a estar physicamente provado serem seus paes Inglezes, não convinha restituir-lhes o gozo da liberdade e dos direitos que devem pertencer a qualquer Inglez. A assemblea inclinava-se para este parecer quando um zeloso

deffensor da carne branca entendeu poder afirmar que os negros