o risco de perdel-o, reconhece-se ser muito menor a despeza que se faz com um trabalhador livre.
Póde haver um exemplo mais eloquente da verdade que encerra o principio econômico — o trabalho livre é melhor e fica mais barato que o trabalho escravo?
Não póde, pois, á vista desse exemplo, haver ainda motivo plausivel para receiarem os nossos fazendeiros, das demais provincias do imperio, a emancipação do escravo brasileiro.
Podemos, portanto, desenbaraçadamente, satisfazer os mais sagrados dos interesses terreaes, os interesses da família e da pátria.
Podemos ainda cumprir, nesse ponto, os deveres de christão e as obrigações de cidadão, que por tanto tempo temos sacrificado á cálculos infundados de interesses materiaes.
O Brasil não póde continuar na senda que tem trilhado até aqui.
Seus créditos de nação civilisada e christã; o interesse de sua industria; a segurança e o bem estar da família brasileira; e sobretudo a necessidade de uma educação domestica san, dessa educação que é o mais firme alicerce de uma sociedade; tudo reclama instantemente a redempção de uma raça inteira, condemnada por seus irmãos a uma eterna degradação moral.
O governo imperial escreveu na falla do throno de 1867 um trexo sobre essa importantíssima reforma, o que foi para os credulos a aurora do dia anciosamente desejado, mas que para mim nunca passou de um engôdo tanto mais condemnavel, quanto mais seria e respeitavel era a questão que se procurava illudir.
Os factos que se seguirão, vierão provar a certeza do meu juízo, pois que a promessa solemne da corôa não passou, ate hoje, de simples promessa.
O nosso governo estuda, mas não resolve; estudará eternamente, mas nunca resolverá nada; porque entre nós os governos só curão de politica, e nem sequer de politica nobre, grande e generosa, senão dessa política mesquinha, pessoal e egoistica, que consiste em fazer clientella, comprando adhezões.