serião uma lição proveitosa, que não devemos perder de memoria na solução dessa importantíssima questão.
A idéa da emancipação gradual, do mesmo modo como a da emancipação rapida, tem sido apresentada por varios modos que constituem outros tantos projectos.
Querem uns que o governo e que associações philantropicas vão comprando e libertando as crianças que nascerem de ventre escravo.
Outros pretendem que melhor é comprar e forrar todas as escravas.
Muitos sustentão, como principal meio de chegar-se ao fim desejado, a decretação do ventre livre.
Quer sob o ponto de vista do interesse geral, quer em relação ao interesse particular, estes últimos planos são inquestionavelmente superiores aos que constituem o systema de emancipação rapida.
Pelo primeiro e pelo segundo, os proprietarios de escravos recebem indemnisação pelas crias e pretas que o estado forrar, e comquanto a mesma condição se dê em um dos projectos do systema de emancipação rapida, não preciso de grande esforço para mostrar a immensa differença que vae de um para outro projecto.
Ali força-se o proprietário a ceder á nação, por preços taxados pelo governo, os escravos de todos os sexos e de todas as idades; de modos que a violência é completa.
Aqui, embora se force aquelle proprietário a ceder, por preços, igualmente taxados pelo governo, aquillo que é sua propriedade; comtudo a violência é muito limitada, estendendo-se, em um caso, sómente ás crias que forem nascendo, e em outro, as escravas, cuja importancia em relação aos escravos, se pôde reconhecer pelo preço nimiamente inferior porque se as comprão e vendem nos mercados do império.
Mais vantajoso ainda do que os dous, me parece que é o terceiro, que consiste na decretação do ventre livre.
Neste, se se offende o direito de propriedade, é tão de leve e tão de longe, que não se percebe a ferida.
O proprietário tem na escrava o capital que despendeu com a sua compra; tem no serviço dessa escrava o juro ou