E a nação, ganha alguma cousa em tar por cidadãos homens eivados de indole e de costumes depravados?
Mil vezes, para o estado, é preferivel que esses homens vivão sequestrados de seu seio pela escravidão.
Assim ao menos, os máos exemplos que delles partem, partem muito debaixo, vem de almas repellidas pela gente livre; é portanto, não pegão tão facilmente e com tanta força como partindo de homens tão bons, civil é socialmente, como aquelles com quem compartilhão os direitos de cidadão.
Libertar sómente o escravo, é pois, um grande mal para a nossa sociedade e até para o proprio escravo.
A grande obra que todos ardentemente desejamos, para ter muito valor, para ser util e proveitosa, deve ter em vista o presente e o futuro da raça escrava ; deve conciliar o direito que tem o preto a ser livre, com o dever que corre a toda a sociedade de não admittir em seu seio senão membros uteis e moralisados.
Nesse intuito, um projecto de amancipação deve conter duas partes essenciaes, das quaes uma trate dos meios mais proprios para se obter a liberdade dos escravos, e a outra estabeleça regras para se obter a regeneração moral da raça, na pessoa de seus membros que passarem a gosar da liberdade.
Desse modo suspender-se-ha o duplo ansthema que pesa, hoje, sobre o preto, tirando-o ao mesmo tempo da escravidão e da corrupção; e alem disso se darão á sociedade brasileira membros uteis que concorrerão com os actuaes cidadãos, para o engrandecimento da patria commum.
Como, porém, se obter esse duplo e importantissimo fim, dos quaes um é complemento necessario do outro?
No a que toca simplesmente á emancipação, já mostrei como os projectos que tem por base um processo rapido são inadmissiveis; e como só dos meios lentos e graduaes se póde lançar mão, em nossas condições.
Dentre os meios de amancipação gradual já mostrei, tambem, como o de forrar as escravas, sendo melhor que todos os de effeito rapido, porque a inoculação dos libertos na população livre, se faz em muito menor escala, e de um