modo lento, não pode comtudo rivalisar com os de libertação das crias e do ventre, porque nestes, todos os que vierem a gosar da liberdade, poderão ser educados convenientemente para a sua nova condição, entretanto que naquelle nem se póde mais obter a regeneração das escravas libertadas, nem embaraçar que ellas transmittão a seus filhos a miserrima educação que receberão na escravidão.
Resta-me sómente estudar os dous últimos, comparal-os entre si e ver o que é preciso adjuntar ao melhor delles, para que resolva satisfatoriamente a dupla questão da libertação do escravo, e da sua preparação para entrar na sociedade em condições vantajosas para si e para ella.
O ventre livre não custa um real ao estado, nem tira ao proprietário de escravos o direito que tem a estes como sua propriedade garantida pela constituição.
A libertação das crias, reclama da parte da nação uma grande despeza, que por fim vae recahir sobre o proprio senhor de escravos, pois que a despeza publica se faz a custo da renda particular.
Sómente por esta consideração torna-se intuitiva a superioridade do primeiro sobre o segundo meio.
Ambos dão em resultado a libertação do escravo brasileiro, sem prejuízo do particular, e em um prazo mais curto do que se presume, a primeira vista, pois que, oscillando a vida media da humanidade entre 21 e 25 annos, a media dos escravos deve ficar abaixo daquella; tanto mais quanto se trata de um paiz intertropical, onde o prazo da existência é muito mais curto.
Ambos trazem a liberdade da raça, sem prejuízo da sociedade, visto como afastão de seu seio o escravo actual, ente anti-social, que por leis, que não podemos mais remediar, está condemnado a morrer na condição em que nasceu, mas que já fica com a satisfação de ver seus filhos livres, e que pelos cálculos da duração da vida humana, aplicados á suas condições especiaes de existência e ás condições especiaes do paiz em que vive, em rigor terá desapparecido no prazo de 25 annos, levando comsigo os últimos vestígios da escravidão no império.