creação de seus filhos; donde exagerada mortalidade nas crias dessas escravas por falta do necessario tratamento.
Em segundo lugar, mesmo quando assim não succedesse, e que pelo contrario, tivessem as crias o melhor tratamento em casa dos senhores de seus paes, conviria que se ellas creassem ahi?
É para obviar os effeitos da barbaridade dos senhores de escravos, que a creação por conta do estado se faz mister principalmente.
Desde que o especulador tenha a certeza de que o filho de sua escrava não lhe rouba o tempo de serviço dessa escrava, nenhum interesse o levará a maltratal-o, como aconteceria no caso contrario.
Poderá é verdade obrigar a preta, no estado de gravidez, a trabalhos que sejão nocivos ao feto, desde que de tal ventre nenhum interesse espera; mas isso é questão com a policia correcional, ou mesmo com as municipalidades, que poderão concertar meios de fazerem conhecidos e de punirem-se os máos tratos que soffrerem as escravas gravidas.
Assim, querendo mesmo admittir que não seja possivel evitar completamente o mal, ainda não attingirá elle proporções que tem, actualmente, o uso arraigado entre as escravas, de procurarem abortivos para livrarem do captiveiro o fructo de suas entranhas.
A segunda questão, a de saber se conviria crear os filhos dos escravos em companhia de suas mães, é mais uma voz que brada pela necessidade de crear o estado, á sua custa e sob suas vistas, as creanças libertadas no ventre materno.
O que buscamos é fazer dessas creanças homens e mulheres dotados de sentimentos moraes e de costumes puros.
Ora, se deixarmol-as em companhia de suas mães, desde o dia de seu nascimento até o fim do praso marcado pela sciencia para a creação de um menino, difficultaremos, e muitas vezes perderemos o fim que temos em vista.
A vida em commum com essas mulheres perdidas em todos os sentidos, durante os cinco ou seis annos da creação, póde fazer nascer no espirito das creanças, hábitos e senti-