A pulsação do seu sangue alvoroçado dava-lhe a percepção fantástica de que o Brasil seria arrastado vertiginosamente pela maldade de uns, a ignorância de outros e a ambição de todos, em voragens abertas pela política amaldiçoada.

Já não culpava o patrício, o Inocêncio Braga, como causa direta da sua ruína. A responsabilidade da sua perda caia em cheio sobre a República, que ele invectivava de criminosa, na alucinação do desespero.

Toda a sua vida de trabalho rotineiro material, sem ideais, mas cansativa na sua brutalidade mesmo, parecia-lhe agora como um rio caudaloso que tivesse vencido a nado e de que só depois de transposto, percebesse o volume e os perigos.

Entretanto, talvez não tivesse sido difícil percorrer aquilo de outra maneira e melhor... Não fosse ele um ignorante e não se teria deixado enfeitiçar por palavras!

Era pois também certo que a inteligência e a instrução valiam alguma coisa...

Resumindo os seus pensamentos de vencido, Francisco Teodoro disse alto, num suspiro:

— Trabalhei, trabalhei, trabalhei, e aqui estou como Job!