Mas o som da sua própria voz assustou-o. Espreitou a ver se o viam. Foi à porta; não havia ninguém. Lembrou-se depois dos seus projetos de viagem: idas à Europa, regalados descansos.

Era de justiça, diziam todos, e a justiça fizera-a ele por suas mãos, o homem nasceu para o trabalho, ele devia voltar para o trabalho.

E as forças? Onde estavam elas, que as não sentia? Ah! corpo miserável! corpo miserável.

Afogueado, como se tivesse brasas na cabeça, Teodoro procurou a frescura do ar livre e foi encostar-se ao umbral da janela.

Fora numa noite assim, de lua clara, que o avô se enforcara numa amendoeira, fugindo, no seu delírio de perseguição, a um inimigo que lhe ia no encalço. Era um camponês rude, o avô; havia muito meses antes desse ato que ele andava taciturno, agitado; depois, que tranqüilidade!

Francisco Teodoro olhou para a noite:

O luar estava lindo, boiava no ar morno o aroma das esponjas e dos manacás, que a luz cobria de uma brancura sedosa e doce.

O aroma das plantas avivou-lhe também a sensação dos seus triunfos de outrora.

Aquela essência