A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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VI


A casa do Cavalleiro em Corinde era uma edificação dos fins do seculo XVIII, sem elegancia e sem arte, pintada d’amarello, lisa e vasta, com quatorze janellas de frente, quasi ao meio d’uma quinta chã, toda de terras lavradas. Mas uma avenida de castanheiros conduzia, com alinhada nobreza, ao pateo da frente, ornado por dois tanques de marmore. Os jardins conservavam a abundancia esplendida de rosas que os tornára famosos — e lhes merecera em tempos do avô de André, o Desembargador Martinho, uma visita da Snr. aD. Maria II. E dentro todas as salas reluziam d’asseio e ordem, pelos cuidados da velha governanta, uma parenta pobre do Cavalleiro, a Snr. aD. Jesuina Rollim.

Quando Gonçalo, que viera da Torre na egoa, atravessou a ante-sala, ainda reconheceu um dos paineis da parede, fumarento combate de galiões, que