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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

pittoresca. Sabes quem se propõe contra ti, pelos Regeneradores?... Adivinha... O Julinho!

— Que Julinho?... O Julio das photographias?

— O Julio das photographias.

— Diabo!

O Cavalleiro encolheu os hombros, com piedade:

— Arranja dez votos á porta da quinta, tira o retrato a todos os taverneiros do circulo em mangas de camisa, e continua a ser o Julinho... Não! só Lisboa me inquieta, a canalha politica de Lisboa!

Gonçalo torcia o bigode, desconsolado:

— Imaginei tudo mais solido, mais inabalavel... Assim com todas essas intrigas, ainda surde trapalhada... Ainda lá não vou!

O Cavalleiro, ao espelho, esticava o fraque — que experimentára abotoado, depois repuxadamente aberto sobre o collete de fustão côr de azeitona onde, no trespasse largo, tufava a gravata de sedinha clara, prendida por uma saphira. Por fim, encharcando o lenço com essencia de fêno:

— Nós estamos bem alliados, bem consagrados, não é verdade? Então, meu caro Gonçalo, socega, e almocemos regaladamente!... Creio que este fraque do nosso Amieiro assenta com certa graça, hein?

— Magnifico! affirmou Gonçalo.

— Bem. Então agora descemos ao jardim, para tu