A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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— O Snr. Villalobos! Sim! que subam, que entrem para aqui, para a varanda!

Ao atravessar a sala, onde dous esteireiros d’Oliveira pregavam uma esteira nova, o vozeirão do Titó já ribombava, notando os «preparativos da festa...» E quando entrou na varanda a sua face mais barbuda, mais requeimada, rebrilhava com a alegria d’encontrar emfim a Torre despertando d’aquella modorra, em que tudo dentro parecia tristemente apagado, até o lume das caçarolas:

— Peço desculpa da invasão, prima Graça. Mas passamos, de volta d’um passeio dos Bravaes, soubemos que a prima viera com o Barrôlo...

— Oh! gosto immenso, primo Antonio. Eu é que peço desculpa d’esta figura, assim despenteada, de grande avental... Mas todo o dia em arranjos, a preparar a casa... E o Snr. Gouveia, como tem passado? Não o vejo desde a Paschoa.

O administrador, que não mudára n’esses quatro annos, escuro, secco, como feito de madeira, sempre esticado na sobrecasaca preta, apenas com o bigode mais amarellado do cigarro, agradeceu á Snr. aD. Graça... E passára menos mal, desde a Paschoa. A não ser a desavergonhada da garganta...

— E então o nosso grande homem? quando chega? quando chega?

— No Domingo. Estamos todos em alvoroço...