crer! Ora vejam se isto se atura... se isto não é para metter uma pessoa no inferno!... Não tem que vêr!... Não ha ninguem que mais dinheiro gaste com criados e que seja tão mal servida como eu!... Eu só queria saber o que fazem os criados d’esta casa? Sim, só queria que me dissessem o que elles fazem, esse bando de mandriões!... Elle é o Torquato, elle é o Luiz, elle é o Damião, elle é a Ermelinda, elle é a Rosa, elle é a Violante... e não havia um só que me viesse dizer que tinha chegado o primo! É forte coisa!... Compromettem uma pessoa! Então como está? ― accrescentou ella, mudando de tom para cumprimentar Henrique, a quem estendeu a mão.

Magdalena, ao ouvil-a, tinha já trocado com este um olhar malicioso.

Henrique correspondeu delicadamente á saudação das senhoras e procurou justificar os criados.

― Não m'os desculpe, ― atalhou D. Victoria, elevando outra vez o tom de voz ― aquillo é de proposito para fazerem ficar mal uma pessoa; ninguem me tira isto da cabeça... Aquillo é de proposito!

― Mas a mamã não vê que as criadas estavam comnosco á novena? ― lembrou timidamente Christina.

― Pois que não estivessem. Quem tem serviço a fazer não pode ouvir novenas.

― Mas se a mamã é que as mandou!

― Pois sim... pois sim... mas... mas ellas é que me deviam dizer que tinham que fazer. Então eu é que lhes hei de estar a lembrar as suas obrigações? Não me faltava mais nada! Ora tens coisas, menina! Mas então vamos a saber, primo Henrique, fez bem a sua jornada?

Henrique principiou a falar para desvanecer a irritação de D. Victoria.

Como nós já sabemos dos pormenores da tal jornada, aproveitaremos a occasião para dizer duas palavras