accidentes da guerra
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tas vezes na solla dos sapatos onde se via uma camada de areia adherente, estava horrivelmente cega, e o outro já não podia supportar as dores que aquelle instrumento lhe causava e os sulcos que lhe produsia no rosto, donde jorrava sangue de modo a impressionar. O massacrado disse que não podia ir alem, em face de tamanho sacrifício, não consentindo mais nesse martyrio de si proprio e levantou-se com o rosto sangrando em diversos lagares. O outro, porém, não concordando com seu camarada, respondeu que havia fazer-lhe a barba toda, fosse por bem ou por mal. Então agarraram-se mutuamente, furiosamente, e a luta tornou-se violenta, medonha, até a intervenção do sargento.

Levados em seguida a presença do commandante da companhia, e conhecida a historia do conflicto, perguntou o capitão ao da navalha:

— Por que insistiu você em fazer a barba de seu companheiro?

O soldado, sempre de mão na barretina, em continencia, respondeu com firmesa :