E responde a morena requebrando
Um olhar doce, de cobiça cheio:
«Deixa em teus labios imprimir meu nome
Aperta-me em teu seio!»
Uma cabana levantaram ambos,
O rosto branco e a amada flor das bellas...
Mas as riquezas foram-se co′o tempo,
E as illusões com ellas.
Quando elle empobreceu, a amada moça
Noutros labios pousou seus labios frios,
E foi ouvir de coração extranho
Alheios desvarios.
Desta infidelidade o rosto branco
Triste nova colheu; mas elle amava,
Inda infieis, aquelles labios doces,
E tudo perdoava.
Perdoava-lhe tudo, e inda corria
A mendigar o grão de porta em porta,
Com que a moça nutrisse, em cujo peito
Jazia a affeição morta.