Lagrymas certas que tera na campa
O infeliz que não deixa sôbre a terra
Um coração ao menos que o prantêe.



Vinha contudo o pallido poeta
Os desmaiados olhos estendendo
Pela azul extensão das grandes aguas,
A pesquizar ao longe o esquivo fumo
Dos patrios tectos. Na abatida fronte
Ave de morte as azas lhe roçara;
A vida não cobrou nos ares novos,
A vida, que em vigilias e trabalhos,
Em prol dos seus, gastou por longos annos,
Co′ essa larguesa de ânimo fadado
A entornar generoso a vital seiva.
Mas, que importava a morte, se era doce
Morrel-a á sombra deliciosa e amiga
Dos coqueiros da terra, ouvindo acaso
No murmurar dos rios,
Ou nos suspiros do nocturno vento,
Um echo melancholico dos cantos
Que elle outr′ora entoara? Traz do exilio
Um livro, monumento derradeiro