E a flor de trigo e mel de que se nutre,
Sonhos, são sonhos do propheta.[1] É morta
Jerusalém! Oh! quem lhe dera os dias
Da passada grandeza, quando a planta
Da senhora das gentes sôbre o peito
Pousava dos vencidos, quando o nome
Do que ha salvo Israel, Moysés...»
                «— Não! Christo,
Filho de Deus! So elle ha salvo os homens!»
Isto dizendo, a delicada virgem
As mãos postas ergueu. Uma palavra
Não disse mais; no coração, emtanto,
Murmurava uma prece silenciosa,
Ardente e viva, como a fe que a anima
        Ou como a luz da alampada
A que não faltou oleo.

  1.     Allude a um trecho do propheta Daniel:
        «9 — É lavei-te na agua, e alimpei-te do teu sangue: e te ungi com um oleo:
        «43—E foste enfeitada de ouro e prata, e vestida de linho e de roupas bordadas, e de diversas cores: nutriste-te da farinha e de mel e de azeite, e foste mui aformoseada em extremo.» (Daniel, XV.).