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o carrinho de cabrito, com um passageiro de cada vez, porque não cabiam dois. Ora ia Narizinho, ora o menino, ora a Cléo. Emilia nunca deixava o seu posto, no chifrão do monstro. Aquele lugar era dela só.

Um dia tia Nastacia não resistiu. Foi para o terreiro ver de perto a brincadeira. Quando voltou o rosto, viu dona Benta que vinha vindo. Dona Benta tambem não resistira.

Os meninos fizeram-lhes uma grande festa.

— Ora graças que se estão civilizando! berrou Narizinho. Viva vóvó! Viva tia Nastacia!

Nisto Cléo, que estava dentro do carrinho, pulou fóra e disse:

— Chegou sua vez, dona Benta. Suba!

Era um desproposito aquilo, coisa para desmoralizar a boa velha para o resto da vida. Apesar disso a tentação foi forte e, como Cléo a ia empurrando, dona Benta de subito decidiu-se. Ajuntou a sáia e, sem olhar para tia Nastacia (de vergonha), subiu ao carrinho.

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