paquiderme. Infelizmente somos obrigados a leva-lo para o circo.
Emilia empertigou-se mais ainda.
— Vamos por partes, disse ela. Antes de mais nada, quero que o senhor doutor me prove que ali o senhor Muller é mesmo o dono deste rinoceronte. Exijo provas, sabe? Eu não uso anel de advogado no dedo, mas sei que em direito o que vale são as provas.
Foi a vez do advogado abrir a boca, de espanto. A tal bonequinha sabia discutir como um perfeito rabula. Queria provas! Ele teria de dar provas! Disse então:
— Toda a gente deste país sabe que o rinoceronte pertence ao senhor Muller. Os jornais deram mil noticias a respeito da sua fuga e da busca que os homens do detective X B2 andaram fazendo pelo Brasil inteiro. E’ um fato de dominio publico.
— Perfeitamente, replicou Emilia. Não négo que esse “cara-de-cavalo-melado”.
— Emilia! repreendeu dona Benta. Mais modos, hein?...
— ... seja dono dum rinoceronte. Mas quero, exijo, mando, ordeno que me prove que o rinoceronte dele é este, está entendendo?
O advogado deu uma risadinha amarela.
— Muito facil provar, disse ele. No Brasil não ha rinocerontes. O senhor Muller foi o primeiro homem que trouxe um para cá. Esse um fugiu. Em seguida aparece este rinoceronte por aqui. Logo, o presente rinoceronte é o mesmo rinoceronte do senhor Muller.
— Isso nunca foi prova, nem aqui nem na casa
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