ARAÚJO – É o melhor; assim me poupas o descrédito de inventar uma paixão bem extravagante.

MENESES – Qual é então a verdadeira causa desta apresentação?

LUÍS – Eu lhe digo. Trata-se de salvar uma moça por quem muito me interesso; quero falar-lhe ainda uma vez, tentar os últimos esforços; mas na sua casa é impossível; o Ribeiro guarda-a com um cuidado e uma vigilância excessiva.

MENESES – É a Carolina?

LUÍS – Ela mesma. Lembra-se daquela cena que presenciamos no hotel há cerca de um mês?

MENESES – Lembro-me perfeitamente; e parece-me, pelo que vi, que os seus esforços serão inúteis.

ARAÚJO – É também a minha opinião. Tenho-lhe dito muitas vezes que a honra de um homem é uma cousa muito preciosa para estar sujeita ao capricho de qualquer mulher, só porque o acaso a fez sua parente.

LUÍS – Não é por mim, Araújo, é por ela, que procuro salvá-la. Reconheço que é bem difícil; mas resta-me ainda uma esperança: talvez a mãe obtenha pelo amor, aquilo que nem a voz da razão, nem o grito do dever puderam conseguir.

MENESES – Pensa bem, Sr. Viana.