uma menina inexperiente, sacrifique-se à afeição de um homem; mas nada justifica a mulher que renega aquele a quem deu a sua vida.

CAROLINA – Então não posso deixá-lo!

LUÍS – Não! Uma mulher deve sempre conservar a virgindade do coração, e guardar pura a sua primeira afeição. Respeita-se o consórcio moral de duas criaturas que se unem apesar do mundo e dos prejuízos que as separam; respeita-se a virtude ainda quando ela não reveste as fórmulas de convenção. Mas despreza-se a mulher que aceita qualquer amor que lhe oferecem.

CAROLINA – E quem lhe diz que amarei à outro?

LUÍS – O primeiro amor é às vezes o último; o segundo nunca o será.

CAROLINA – Podia ser, Luís, se o não desprezassem.

LUÍS – Não compreendo.

CAROLINA – Também eu não compreendo este sentimento; mas o coração é assim feito; deseja o que não pode obter, o que muitas vezes desdenhou quando lho ofereciam. Admiro-me do que se passa em mim, e não sei explicá-lo. Parece-me às vezes que ainda haveria um meio de ligar o fio de minha vida às recordações dos meus dezoito anos, e continuar no futuro a existência tranquila de outrora. Mas esse meio... é uma loucura.

LUÍS – Diga, Carolina! Eu farei tudo...