ou sobre qualquer núcleo central, invariante e impossível de encontrar, de significação social ou cognitiva." (LEVY, 1993, p.101) As definições de Levy não eliminam a idéia anterior, entretanto permitem uma nova visão do meio e suas repercussões na sociedade que com ele se relaciona.
De acordo com o autor, ciberespaço é o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores. Esse novo meio tem a vocação de colocar em sinergia e interfacear todos os dispositivos de criação de informação, de gravação, de comunicação e de simulação. Permite a combinação de vários modos de comunicação, como: correio eletrônico, conferências eletrônicas, hiperdocumentos compartilhados, sistemas avançados de aprendizagem ou de trabalho cooperativo e, finalmente, os mundos virtuais multiusuários.
Em suma, indica Levy, o ciberespaço "não é uma infra-estrutura técnica particular de telecomunicação, mas uma certa forma de usar as infra-estruturas existentes, por mais imperfeitas e desiguais que sejam e objetiva, por meio de qualquer tipo de ligações físicas, um tipo particular de relação entre as pessoas." (LEVY, 1999, p.124). A essência do ciberespaço encontra-se nas relações que este possibilita e não nos aparatos que o compõem, os equipamentos são somente interfaces que potencializam as atividades da inteligência humana. Pois, ainda para o autor:
"O desenvolvimento da comunicação assistida por computador e das redes digitais planetárias aparece como a realização de um projeto mais ou menos bem formulado, o da constituição deliberada de novas formas de inteligência coletiva, mais flexíveis, mais democráticas, fundadas sobre a reciprocidade e o respeito das singularidades. Neste sentido, poder-se-ia definir inteligência coletiva como uma inteligência distribuída em toda a parte, continuamente valorizada e sinergizada em tempo real. Esse novo ideal poderia substituir a inteligência artificial como mito mobilizador do desenvolvimento das tecnologias digitais... e ocasionar, além disso, uma reorientação das ciências cognitivas, da filosofia do espírito e da antropologia para as questões da ecologia ou da economia da inteligência." (LEVY, 1996, p.96)
O autor propõe que é no ciberespaço onde ocorre a manifestação de uma inteligência coletiva, fruto dos inter-relacionamentos estabelecidos entre os homens, entretanto mediadas e potencializadas pelas máquinas e pelos sistemas telemáticos. Segundo Levy,