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das relações luso-brasileiras, do que todos os viajantes que tem saído do Terreiro do Paço, para destinos varios, a curtir saudades da manga de alpaca e do Deus guarde a V. Ex.ª do papelorio nacional.


Desta desidia collectiva, em que o menos culpado e o mais sacrificado é o povo laborioso e honesto, resultou a absurda situação em que nos encontramos.

Reconhecemos — dir-se-ia que de subito! — que, no fim de contas, o portugués encontra concorrentes nas outras raças que contribuem para o povoamento do Brasil…

Não foi sem tempo; mas, infelizmente, não atinamos com o caminho que nos convém! Serão as leis indexiveis da historia que hão de nos encarreirar para essa senda.

Por nossa vontade ou contra o nosso querer, havemos de lá ir ter.

Basta que assim seja para que presintamos, no anceio geral por estreitar os laços que prendem os povos de lingua portuguesa, promessas de que vem perto o dia da redempção desta terra em que os homens livres parecem escravizados, em que tudo transuda o bafio de remoto passado e tudo é bolôr, caruncho e poeira.

Com que então queremos approximar-nos o Brasil e mais intimamente conviver com elle?

Vamos, pois, procurar «unificar ou pelo menos harmonizar a legislação civil e commercial» dos dois paizes?

Ora, ainda bem! Aos republicanos portugueses sorri essa idéa. Já o dissémos na introducção a estas paginas.

E sorri porque traria a Republica, se nós a não pudéssemos fazer num impeto dignificante; porque só a Republica póde levar Portugal a entender-se, de qualquer modo, com o Brasil republicano.