ordinariamente, quando o Rei é justo no que empreende, são os vassalos retos no que julgam, sempre é preciso que lhes dês ordenados, com que sustentem o respeito, e esplendor de seus lugares.

Se quiserdes, senhor, conservar a posse de distribuir riquezas, reger Estados, e ensinar animar o cetro, deveis acudir ao vosso Reino, mandando como soberano, e não isento de ouvir os vossos vassalos, e ver algumas vezes as provas da sua justiça; porque não consiste a grandeza da Majestade em os ter com a maior submissão aos pés, mas sim no vigilante cuidado de muito bem os governar, porque só os tiranos procuram ser temidos, e o melhor Rei também deve querer ser amado, vendo o muito que tem, e quanto deve dar às obrigações de seu ofício, tendo o maior prazer em socorrer a pobreza, fazer amar as virtudes, e conhecer os homens astutos, e avaros, que o rodeiam, pois que aos seus enganos estão sujeitos os mais sábios Monarcas; e como não basta para operar nos ânimos das gentes a autoridade Régia, e submissão dos vassalos, é preciso senhorear suavemente as vontades, para que os homens conheçam as grandes vantagens, que levam os que melhor servem.

Os homens grandes nas ciências se fazem