das cousas que receamos seer mal feitas, ou do que fazemos ou fezermos de que nosso entendimento nos da juyzo que fazemos mal, ou duvydamos de seer per ello prasmados. E daquesta guisa podemos sobejar por muyto avermos esta vergonha, ou mynguar, nom a sentyndo naquelles casos que a sentvr devemos; e avella podemos em boa e razoada maneira como suso scripto he do atrevymento, avendoa com boa temperança. E o empacho perteence sol la mente ao sentido do cora com, que nom reguarda razoadamente se he bem ou mal aquella cousa de que o ha, mais de sy o filha muytas vezes em cousa que ho- mem conhece que he mal de o haver, e lhe prazeria muyto nom o sentir; e aquesto segundo meu juyzo nunca faz, salvo cm ajudar o boo receo da vergonha, ou a sentir onde compre que a senta, pera nos guardar doutra tal ou semelhante que procede do conhecymento da razom, mais el per sy nom vai nada; e cada huu quanto poder per siso, husança, e cada hua das cousas que tirom o receo, o deve de sy afastar, porque nom presta, salvo no caso ja scripto.

E muytos som enganados ouvyndo louvar o receo da ver- gonha que vem do boo conhecymento das cousas, e bondade per que receamos cayr em tal erro quedereitamente a possamos aver, e pensando esto seer empacho, cuydam que avello he vir- tude, seendo tal myngua que todos devem quanto poderem tirar do coraçom e da voontade. E sobre aquesto nom entendo dar mais avvsamento nem ensyno, porque som obras da na- tureza, em que nom podemos emmendar se nom per conhecy- mento da razom, e per as outras cousas que ja disse, e quando delias fallar, screverey o que entender; mas esto screvy por declarar o que sobrello me parece pera o que screver adeante seer necessário. E posto que se diga que nom podemos mudar as cousas da natureza, eu tenho que per boo entender e geeral