Angelus fluidos, de luar dormente,
Diaphaneidades e melancolias...
Silencio vago, biblico, pungente
De todas as profundas liturgias.

É nas horas dos Angelus, nas horas
Do claro-escuro emocional aéreo,
Que surges, Flôr do Sol, entre as sonóras
Ondulações e brumas do Mysterio.

Surges, talvez, do fundo de umas éras
De doloroso e turvo labyrintho,
Quando se exgóta o vinho das Chiméras
E os venenos romanticos do absyntho.

Apparéces por sonhos neblinantes
Com requintes de graça e nervosismos,
Fulgôres flavos de festins flammantes,
Como a Estrella Polar dos Symbolismos.

N'um enlêvo supremo eu sinto, absôrto,
Os teus maravilhosos e exquisitos
Tons sideraes de um astro rubro e morto,
Apagado nos brilhos infinitos.