Radiava n'ella a incomparavel messe
Da saude brotando vigorosa,
Como o sol que entre névoas resplandésce,
Por entre a fina pelle côr de rosa.

Éra assim luminosa e delicada,
Tão nobre sempre de belleza e graça
Que recordava pompas de alvorada,
Sonoridades de crystaes de taça.

Mas, pouco a pouco, a ideal delicadeza
D'aquelle corpo virginal e fino,
Sacrario da mais limpida belleza,
Perdeo a graça e o brilho diamantino.

Tysica e branca, esbélta, frigida e alta
E fraca e magra e transparente e esguia,
Tem agora a feiçio de ave pernalta,
De um passaro alvo de apparencia fria.

Mãos lyriaes e diaphanas, de neve,
Rosto onde um sonho aéreo e polar fluctúa,
Ella apresenta a fluidez, a leve
Ondulação da vaporosa lua.