O caſo grande, eſtranho, & não cuydado,
O milagre clariſsimo, & euidente,
O deſcuberto engano inopinado,
O perfida inimiga, & ſalſa gente,
Quem poderà do mal aparelhado
Liurarſe ſem perigo ſabiamente.
Se la de cima a guarda ſoberana,
Não acudir aa fraca força humana?

Bem nos moſtra a diuina prouidencia,
Destes portos, a pouca ſegurança,
Bem claro temos viſto na aparencia,
Que era enganada a noſſa confiança
Mas pois ſaber humano, nem prudencia
Enganos tam fingidos nam alcança:
O tu guarda diuina, tem cuidado
De quem ſem ti nam pode ſer guardado.

E ſe te moue tanto a piedade,
Deſta miſera gente peregrina,
Que ſo por tua altiſsima bondade,
Da gente a ſaluas, perfida & malina,
Nalgum porto ſeguro de verdade:
Conduzirmos ja agora determina,
Ou nos amostra a terra que buſcamos,
Pois ſo por teu ſeruiço nauegamos.