Não he o outro que fica tão manhoſo:
Mas nas mãos vay cair do Luſitano,
Sem o rigor de Marte furioſo,
E ſem a furia horrenda de Vulcano,
Que como foſſe debil & medroſo,
Da pouca gente o fraco peito humano:
Não teue reſiſtencia, & ſe a tiuêra,
Mais dãno reſiſtindo recebêra.

E como o Gama muito deſejaſſe,
Piloto pera a India que buſcaua,
Cuidou que entre eſtes Mouros o tomaſſe:
Mas não lhe ſoccedeo como cuidaua,
Que nenhum delles ha que lhe inſinaſſe
A que parte dos Ceos a India eſtaua.
Porem dezem lhe todos, que tem perto,
Melinde onde achàrão Piloto certo.

Louuão do Rei os Mouros a bondade,
Condiçam liberal, ſincero peito,
Mognificencia grande, & humanidade,
Com partes de grandiſsimo reſpeito.
O Capitão o aſſella por verdade,
Porque ja lho diſſera deſte geito,
O Cydenêo em ſonhos, & partia,
Pera onde o ſonho, & o Mouro lhe dizia.