Que geração tam dura ahi de gente?
Que barbaro costume, & vſança fea,
Que não vedem os pertos, tam ſomente:
Mas inda o hospicio da deſerta area?
Que ma tençam? que peito em nos ſe ſente?
Que de tam pouca gente ſe arrecea.
Que com laços armados tam fingidos,
Nos ordenaſſem vernos deſtruydos?

Mas tu, em quem muy certo confiamos
Acharſe mais verdade, o Rei benigno,
E aquella certa ajuda em ti eſperamos,
Que teue o perdido Itaco em Alcino:
A teu porto ſeguros nauegamos,
Conduzidos do interprete diuino.
Que pois a ti nos manda, eſtà muy claro,
Que es de peito ſincêro, humano, & raro.

E não cuydes, ô Rei, que não ſaiſſe.
O noſſo Capitão eſclarecido
A verte, ou a ſeruirte, porque viſſe
Ou ſoſpeitaſſe em ti peito fingido:
Mas ſaberas que o fez porque compriſſe,
O regimento em tudo obedecido,
De ſeu Rei, que lhe manda que nam ſaia,
Deixando a frota, em nenhũ porto, ou praia.