Mas o leal vaſſallo conhecendo,
Que ſeu ſenhor não tinha reſiſtencia,
Se vay ao Caſtelhano, prometendo,
Que elle faria darlhe obediencia.
Leuanta o inimigo o cerco horrendo,
Fiado na promeſſa, & conſciencia
De Egas moniz mas não conſente o peito
Do moço illuſlre, a outrem ſer ſogeito.

Chegado tinha o prazo prometido,
Em que o Rei Castelhano ja agoardaua,
Que o Principe a ſeu mando ſometido,
Lhe deſſe a obediencia que eſperaua.
Vendo Egas, que ficaua fementido,
O que delle Caſtella não cuydaua,
Determina de dar a doçe vida,
A troco da palaura mal comprida.

E com ſeus filhos & molher ſe parte,
A aleuantar co elles a fiança,
Deſcalços, & deſpidos, de tal arte,
Que mais moue a piedade que a vingança.
Se pretendes Rei alto de vingarte,
De minha temeraria confiança,
Dizia, eis aqui venho offerecido,
A te pagar co a vida o prometido.