Mas o alto Deos, que pera longe guarda,
O caſtigo daquelle que o mereçe,
Ou pera que ſe emmende aas vezes tarda,
Ou por ſegredos que homem não conheçe,
Se ate qui ſempre o forte Rei reſguarda,
Dos perigos a que elle ſe offereçe.
Agora lhe não deixa ter defeſa,
Da maldição da mãy que estaua preſa.

Que eſtando na cidade que cercâra,
Cercado nella foy dos Lioneſes,
Porque a conquiſta della lhe tomâra,
De Lião ſendo, & não dos Portugueſes.
A pertinacia aqui lhe custa cara,
Aſsi como acontece muytas vezes,
Que em ferros quebra as pernas, indo aceſo
Aa batalha onde foy vencido & preſo.

O famoſo Pompeyo não te pene,
De teus feitos illuſtres a ruyna,
Nem ver que a juſta Nemeſis ordene,
Ter teu ſogro de ti victoria dina,
Poſto que o frio Faſis, ou Syene
Que pera nenhum cabo a ſombra inclina:
O Bootes gellado, & a linha ardente,
Temeſſem o teu nome geralmente.