Deſtarte a gente força, & e força Nuno,
Que com lhe ouuir as vltimas razões
Remouem o temor frio importuno,
Que gelados lhe tinha os corações:
Nos animais caualgão de Neptuno,
Brandindo, & volteando arremeſſoẽs,
Vão correndo & gritando a boca aberta,
Viua o famoſo Rei que nos liberta.

Das gentes populares, hũs aprouão
A guerra com que a patria ſe ſoſtinha,
Hũs as armas alimpão & renouão,
Que a ferrugem da paz gaſtadas tinha:
Capaçetes eſtofam, peitos prouão,
Armaſe cada hum como conuinha.
Outros fazem vestidos de mil cores,
Com letras & tenções de ſeus amores.

Com toda esta lustroſa companhia,
Ioanne forte ſae da freſca Abrantes,
Abrantes, que tambem da fonte fria
Do Tejo logra as agoas abundantes:
Os primeiros armigeros regia,
Quem pera reger era os muy poſſantes,
Orientais exercitos, ſem conto,
Com que paſſaua Xerxes o Helesponto.