Respondem as trombetas menſageiras,
Pifaros ſibilantes, & atambores,
Alferezes volteão as bandeiras,
Que variadas ſam de muitas cores:
Era no ſeco tempo, que nas eiras
Ceres o fructo deixa aos lauradores,
Entra em Aſtrea o Sol, no mes de Agoſto,
Baco das vuas tira o doçe moſto.

Deu ſinal a trombeta Castelhana,
Horrendo, fero, ingente, & temeroſo,
Ouuio o o monte Artabro, & Guadiana,
A tras tornou as ondas de medroſo:
Ouuio o Douro, & a terra Tranſtagana,
Correo ao mar o Tejo duuidoſo:
E as mãis que o ſom terribil eſcuitârão,
Aos peitos os filhinhos apertârão.

Quantos roſtos ali ſe vem ſem cor,
Que ao coração acode o ſangue amigo,
Que nos perigos grandes, o temor,
He mayor muitas vezes que o perigo,
E ſe o não he, pareçeo, que o furor
De offender, ou vencer o duro immigo,
Faz não ſentir, que he perda grande & rara
Dos membros corporais da vida cara.