Alçaſe em pê, co elle os Gamas junto
Coelho de outra parte, & o Mauritano
Os olhos poem no bellico trafunto
De hum velho branco, aſpeito venerando,
Cujo nome nam pode ſer defuncto
Em quanto ouuer no mundo trato humano,
No trajo a Grega vſança eſtâ perfeita,
Hum ramo por inſignia na dereita.

Hum ramo na mão tinha: mas o cego
Eu que cometo inſano, & temerario,
Sem vos Nimphas do Tejo, & do Mondego,
Por caminho tam arduo, longo, & vario:
Voſſo fauor inuoco, que nauego
Por alto mar, com vento tam contrario,
Que ſe nam me ajudais, ei grande medo,
Que o meu fraco batel ſe alague cedo.

Olhay que ha tanto tempo, que cantando
O voſſo Tejo, & os voſſos Luſitanos,
A fortuna me traz peregrinando,
Nouos trabalhos vendo, & nouos danos:
Agora o mar, agora eſprimentando
Os perigos Mauorcios inhumanos,
Qual Canace que â morte ſe condena,
Nũ mão ſempre a eſpada, & noutra a pena: