Inſiste o Malabar em telo preſo,
Senão manda chegar a terra a armada,
Elle conſtante, & de yra nobre aceſo,
Os ameaços ſeus nam teme nada:
Que antes quer ſobre ſi tomar o peſo,
De quanto mal a vil malicia ouſada
Lhe andar armando, que por em ventura
A frota de ſeu Rei, que tem ſegura.

Aquella noite eſteue ali detido,
E parte do outro dia, quando ordena
De ſe tornar ao Rei. mas impedido
Foi da guarda que tinha não pequena:
Comete lhe o Gentio outro partido,
Temendo de ſeu Rei castigo, ou pena,
Se ſabe esta malicia, a qual aſinha
Saberâ, ſe mais tempo ali o detinha.

Diz lhe que mande vir toda á fazenda
Vendibil, que trazia, pera a terra,
Pera que de vagar ſe troque, & venda,
Que quem nam quer comercio, buſca guerra:
Posto que os maos prepoſitos entenda
O Gama, que o danado peito encerra,
Conſente, porque ſabe por verdade,
Que compra co a fazenda a liberdade.