Bem ves as Luſitanicas fadigas,
Que eu ja de muito longe fauoreço,
Porque das Parcas ſey minhas amigas,
Que me ande venerar & ter em preço,
E porque tanto imitão as antigas
Obras de meus Romanos, me offereço
A lhe dar tanta ajuda em quanto poſſo,
A quanto ſe estender o poder noſſo.

E porque das inſidias do odioſo
Baco foram na India moleſtados,
E das injurias ſos do mar vndoſo,
Poderão mais ſer mortos, que canſados:
No mesmo mar, que ſempre temeroſo
Lhe foi, quero que ſejão repouſados,
Tomando aquelle premio, & doçe gloria
Do trabalho que faz clara a memoria.

E pera iſſo queria que feridas
As filhas de Nereo, no ponto fundo,
Da mor dos Luſitanos encendidas,
Que vem de deſcobrir o nouo mundo,
Todas nũa ilha juntas & ſubidas,
Ilha que nas entranhas do profundo
Oceano, terei aparelhada,
De dões de Flora, & Zefiro adornada.