Todas de correr canſam, Nimpha pura,
Rendendo ſe aa vontade do inimigo,
Tu ſo de my ſo foges na eſpeſſura?
Quem te diſſe que eu era o que te ſigo?
Se to tem dito ja aquella ventura,
Que em toda a parte ſempre anda comigo,
O nam na creas, porque eu quando a cria,
Mil vezes cada hora me mentia.

Nam canſes, que me canſas: & ſe queres
Fujirme, porque nam poſſa tocarte,
Minha ventura he tal, que inda que eſperes
Ella farâ que nam poſſa alcançarte:
Eſpera, quero ver, ſe tu quiſeres,
Que ſutil modo buſca de eſcaparte,
E notarâs no fim deſte ſucceſſo,
Tra la ſpica & la man, qual muro he meſſo.

O não me fujas, aſsi nunca o breue
Tempo fuja de tua fermoſura,
Que ſo com refrear o paſſo leue,
Vencerâs da fortuna a força dura:
Que Emperador, que exercito ſe atreue.
A quebrantar a furia da ventura,
Que em quanto deſejey me vai ſeguindo,
O que tu ſo faras nam me fugindo?