Nem tu menos fugir poderas deſte,
Poſto que rica, & posto que aſſentada
La no gremio da Aurora, onde naceſte,
Opulenta Malaca nomeada:
As ſetas venenoſas que fizeste,
Os Criſes com que ja te vejo armada,
Malaios namorados, Iaos valentes
Todos faras ao Luſo obedientes.

Mais eſtanças cantâra esta Syrena
Em louuor do illuſtriſsimo Albuquerque,
Mas alembroulhe hũa yra que o condena,
Poſto que a fama ſua o mundo cerque:
O grande capitão, que o fado ordena
Que com trabalhos gloria eterna merque,
Mais ha de ſer hum brando companheiro
Pera os ſeus, que juiz cruel & inteiro.

Mas em tempo que fomes, & aſperezas
Doenças, frechas, & trouoẽs ardentes,
A ſazão, & o lugar fazem cruezas
Nos ſoldados a todo obedientes:
Parece de ſeluaticas brutezas,
De peitos inhumanos & inſolentes,
Dar extremo ſuplicio pella culpa
Que a fraca humanidade & Amor deſculpa.