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Nem de teu rosto meu olhar tirava,
Nem de outros sonhos que dos teus vivia!

Como eras lindo! Nas rosadas faces
Tinhas ainda o tepido vestigio
Dos beijos divinaes, — nos olhos langues
Brilhava o brando raio que acendêra
A benção do Senhor quando o deixaste!
Sobre o teu corpo a chusma dos anginhos,
Filhos do ether e da luz, voavão,
Rião-se alegres, das caçoilas niveas
Celeste aroma te vertendo ao corpo!
E eu dizia comigo: — teu destino
Será mais bello que o cantar das fadas
Que dansão no arrebol, — mais triumphante
Que o sol nascente derribando ao nada
Muralhas de negrume!... Irás tão alto
Como o passaro-rei do Novo Mundo!

Ai! doudo sonho!... Uma estação passou-se,
E tantas glorias, tão risonhos planos