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Duas glorias da humanidade[1]

 

I

 

Ninguem poderá desvanecer-se de ter percorrido intellectualmente a Inglaterra, se não ousou uma excursão pelas regiões sui generis da obra de Caryle, que parece confinar, por um lado, com Shakespeare, por outro com a Allemanha de Goethe, Schiller e João Paulo Richter.

Eu tinha-me aventurado muitas vezes por essas paragens singulares do pensamento britannico no seculo dezenove; porque as minhas predilecções por este paiz não datam, como andam escrevendo, no Brasil, criticos maldizentes, das decepções da republica. Meu pae, que era um liberal de educação politica essencialmente ingleza, imprimio as suas

sympathias na trama do meu tecido moral. Graças


  1. Carlye: Dr. Francia. 1843. (Essays, vol. vii.) Mariano A. Pelliza: La dictadura de Rosas. B. Aires, 1894. Esta carta era datada de 2 de maio de 1895.