acharam, nem acharão outra em que poderem empecer-me.
Não incluida só em Portugal a fama da violência, com que de meus inimigos era tratada minha justiça, voou fanto, que chegando aos ouvidos do Cristianissimo Rei de França, como verdadeiro irmão, e fiel amigo de V. Majestade procurou concorrer com sua autoridade Heal, escreveu a V. Majestade a seguinte carta, não sei se mais em recomendação da minha causa, que em desagravo da justiça dèste reiao :
Muito alto, muito excelente, muito poderoso Principe, nosso muito caro, e muito amado bom irmão, e primo.
O snr. D. Francisco Manuel, vassalo de V. Majestade, e que de presente está preso na torre vélha de Lisboa por causa duma falsa acusação, que lhe foi levantada por seus inimigos, os quais aproveitando-se de sua retenção com escurecer manifestamente a verdade, acertaram de maneira, que por esse respeito éle foi condenado a servir a V. Majestade na India. Mas por quanto è fidalgo de merecimentos e que os serviços que nos fez, em nossos exércitos, nos convidam a compadecer-mo-nos da desgraça que lhe bá sucedido, escrevemos esta carta a V. Majestade para lhe rogar com toda a afeição que nos é possível, lhe queira conceder à graça que lhe é necessária, para que ele não satisfaça tal condenação, o que me será testemunho da conta que V. M. quer ter da minha recomendação, que por éste sujeito se emprega de lam boa vontade como eu peço a Deus, muito alto, muito excelento, e muito poderoso principe nosso muito caro, e muito amado bom